Ciúme, Zelo Doentio

Não fique curtindo essa dor. Encare os fatos com outros olhares.

Ciúme, zelo doentio. Lançamento Futuro

Deixar cair o véu que recobre a natureza humana. Deixar a nudez dos sentimentos e emoções apresentarem sua reveladora realidade. Ir às profundas contradições do pensamento.


Romper princípios, valores. Deixar falar a dor, a vida, o medo, o desejo. É a revelação proposta num diário de vida.

O sujeito padecendo da dor, perdido de ciúmes, propõe encontrar os caminhos responsáveis pela sua sorte.

O ciúme mostra, ao longo das páginas, ser sintoma capaz de destruir relações e provocar ira.

Numa persistência invejável, o sujeito vai, aos poucos, desatando os nós da trama costurada pela vida e suas vicissitudes.


domingo, 14 de março de 2010

Reflexões acerca do ciúmes. I Parte

Normalmente as pessoas buscam um encontro na vida. Sonham com o par perfeito, com o amor ideal. No entanto isso não significa que ao encontrar uma pessoa amada as coisas param por aí. Muito pelo contrário, uma relação de amor é construída no dia-a-dia, em cada momento. É um movimento sem fim, eterno.
O que é mais interessante numa relação é o estabelecimento de vínculos. A palavra vínculo no dicionário significa: tudo o que ata, liga ou aperta, pode significar ainda nó. Daí já temos o que podemos chamar de um paradoxo. Como é possível um vínculo em que as pessoas não sejam aprisionadas e não se dissolvam na união?
Essa foi uma pergunta feita pelas autoras de Filosofando da Editora Moderna, Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins. Segundo as autoras com o "desejo de união com outro, no amor se estabelece o paradoxo vínculo x liberdade, porque o amante cativa para ser amado livremente". Segunda elas o fascínio é gerador de poder: o poder de atração de um sobre o outro. "
Desde já podemos visualizar as relações afetivas e esse poder transitando na relação. O casal se encontra nesse estado de fascínio, ficam cegos à realidade, ao mundo a sua volta. Vale lembrar aqui que a palavra fascínio, em suas definições, se refere a mau olhado, quebrando. Ainda segundo as autoras, "tal "cativeiro" não pode ser entendido como ausência de liberdade, pois a união é condição de expressão cada vez mais enriquecida da nossa sensibilidade e personalidade." Agir de forma contraria seria o mesmo que anular o parceiro. Mas continuando elas nos diz ser fácil observar isso na relação entre duas pessoas apaixonadas. Ninguém obriga o parceiro a estar juntos, os dois escolhem de maneira espontânea estar juntos. Isso seria o que podemos chamar de relação madura, amor maduro. Você não obriga o outro a estar ao seu lado, se assim acontece tem algo errado . O amor imaturo sim, esse é exclusivista, possessivo, egoísta, dominador . É difícil de acreditar que algumas pessoas se submetem a esse tido de relação. Permitem ser objeto de uso dos outros.
Nunca é fácil determinar com precisão o momento em que esse poder citado acima, advindo da atração, do vínculo, se transforma num desejo de manipulação. Particularmente, acho que a nossa vida tem mais mistérios do que podemos imaginar. Muitas vezes, desejos recalcados na primeira infância, aproveitam de situações atuais e disfarçados ganham força na presente vida. Muitas vezes o ciúme não passa de um sintoma.
Mas retomemos a leitura do texto, segundo ele, "o ciúme é o desejo exarcebado de domínio integral do outro. Não queremos dizer que o ciúme também não exista nas relações maduras. Etimologicamente, ciúme significa" zelo ": o amor implica cuidado e temor de perder o amado. "
Ou seja, ciúme é bom, até o momento que o sujeito perde o controle.
E perde porque? Aquilo que antes era saudável passa a ser doentio? Existe alguma razão que transforma o amor em dor? Mais uma vez acredito serem forças inconscientes oportunistas que tomam frente e fazem o sujeito gozar na dor. Várias pessoas descrevem suas cenas de ciúmes com consciência do exagero. É claro que não podemos descartar outros fatores que estão presentes nas relações doentias de amor, mas acredito ser muito importante que o sujeito tenha consciência das diversas manifestações, inclusive do inconsciente.
Concordo com as autoras quando dizem :
"Se não desejamos o rompimento da trama tecida na relação recíproca e se o outro dá densidade à nossa emoção e nos enriquece a existência, sofremos até mesmo com a ideia da perda. Mas isso não justifica que o" zelo" obstrua a liberdade do outro ".
Ora, toda relação que dá densidade à nossa emoção e enriquece nossa existência, se torna algo muito importante na nossa vida, seja no trabalho, na família, no amor. Só de pensar em perder já somos acometidos de sofrimento. Mas esse medo não significa que devemos construir fantasmas de perda a todo momento. Não significa que deve se preparar 24 horas para o pior. E não vai ser amarrando, ou ameaçando nosso chefe, chatageando nossa família ou proibindo todos os passos da pessoa amada que vamos resolver essa emoção. Muito pelo contrário.
Continuarei na próxima.

2 comentários:

  1. Olá Teuler!

    Saudações!!!

    Fico muito feliz com esse rico trabalho de reflexão acerca do ciúmes.

    Muito pertinente, pois ele existe em todas as relações que estabelecemos ao longo da vida: profissional, familiar, amorosa e social.

    Concordo com sua reflexão, quando aponta que o ciúme de forma saudável, só é bem-vindo quando relacionado ao cuidado com o outro.

    O que devemos analisar é que a linha divisória entre "saudável" e "doentio" é muito tênue e a base para não ocorrência do zelo de forma doentia, é olhar o outro não como extensão de nós mesmos e sim com um ser humano diferenciado em suas vontades, perfil emocional e processo cognitivo.

    Parabéns pelo trabalho!

    Continuidades de muito sucesso e um forte abraço,

    Gabriela Tobias - São Paulo

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